Os edifícios modernos já não são compostos apenas por betão, tijolos, vidro e maquinaria. Cada vez mais, os edifícios são medidos pela sua inteligência – pelas tecnologias que mantêm os ocupantes confortáveis e produtivos , economizando energia e dinheiro, reduzindo emissões de gases e resíduos nocivos ao ambiente.
Mas as tecnologias inteligentes têm ainda potencial para transformar a forma como os edifícios são explorados e mantidos e promover um futuro mais sustentável .
Os edifícios inteligentes usam sensores, comandos e analytics para melhorar a sua eficiência, reduzir os custos operacionais e aumentar o valor e fiabilidade dos ativos. Mas as cidades são ecosistemas complexos e nem sempre é possível criar uma cidade a partir do zero…
Tal como acontece com um dos projetos mais emblemáticos da atualidade, e de maior dimensão, o da cidade de Lyon, para que uma cidade, ou comunidade, possa atingir um balanço de energia neutro, é preciso balancear o consumo de edifícios históricos que podem ser autênticos buracos negros, com o de edifícios novos, desenhados para produzirem mais energia do que aquela que consomem, ou seja, positive-energy buildings.
No meio destes extremos encontramos grande parte do edificado, onde aí o desafio é o de gradualmente melhorar o seu desempenho energético mas a tecnologia empregue nos edifícios, nas cidades e nos meios de transporte, de nada servirá se os comportamentos dos utilizadores não foram alterados.
A disseminação de informação sobre os comportamentos a adoptar bem como o impacto que estes terão, é essencial para que a tecnologia seja utilizada para aquilo que foi desenhada e otimizada.
Proporcionar dashboards dos consumos e das poupanças atingidas é essencial para que todos possam ver o impacto positivo que estão a provocar, seja em termos individuais como da comunidade no seu todo.
A gestão e a manutenção deste sistemas tecnologicamente complexos, bem como manter online todos os sistemas de sensores, de metering e os dashboards que os agregam, são tarefas que têm de ser levadas a cabo por equipas de profissionais especializados.
Se hoje em dia nos edifícios de escritórios e no retalho isso já se torna a norma, o facto é que os edifícios de habitação rapidamente deixarão de ser geridos pelos seus condóminos e por empresas com colaboradores de baixa especialização (low-skilled workers). Também os edifícios de habitação terão de subir de nível em termos da sua gestão e manutenção para que os equipamentos e sistemas que permitirão atingir os desempenhos energéticos, que com o tempo se tornarão obrigatórios, sejam bem dimensionados e atinjam as suas vidas úteis teóricas. Caso contrário, não só não se atingirão os ganhos teóricos como os ativos não irão durar o tempo que foi estimado, falhando assim os breakevens previstos e acarretando custos económicos e financeiros acrescidos.
Ou seja, a sustentabilidade financeira e ambiental bem com a melhoria das condições de vida das comunidades só serão atingidas com uma boa e profissional gestão do edificado. Que nós chamamos de Facility Management. Assegurando uma gestão do espaço alinhada com a estratégia que orientou a sua construção/reabilitação.
Colocando o enfoque nas pessoas… change management; alinhar comportamentos; partilhar boas práticas; divulgar os resultados
Gerindo e otimizando os ativos em todo o seu ciclo de vida
Podemos dizer que o FM é o interface entre os ocupantes e a tecnologia dos edifícios. O toque humano da tecnologia.